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Líder religiosa, Makota Valdina morre em Salvador

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 Foto: Reprodução

Morreu na madrugada desta terça-feira (19),  a educadora e religiosa Valdina de Oliveira Pinto, mais conhecida como Makota Valdina, em um hospital de Salvador. Ainda não há detalhes das causas da morte, mas conforme amigos, ela estava há cerca de 10 dias em um hospital particular da capital baiana, onde foi internada após sofrer um infarto.

Valdina era conhecida como Makota devido ao cargo recebido no candomblé, no terreiro Angola Tanusi Junsara, localizado no Engenho Velho da Federação, bairro onde ela nasceu e desenvolveu ações educacionais. Desde a década de 1970, Valdina lutava contra a intolerância, principalmente a religiosa.

Ela sempre se posicionou na sociedade como militante e fez questão de impulsionar as mudanças na própria religião. Como ela dizia, "é preciso ser sujeito dessa história e não objeto".

O sepultamento está marcado para às 15h30 desta terça-feira, no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas.

O governador Rui Costa usou as redes sociais na manhã desta terça-feira (19) para lamentar a morte da líder religiosa Makota Valdina. “Hoje, com muita tristeza, nos despedimos de uma das mais importantes militantes dos direitos das mulheres e da população negra no Brasil. Aos familiares, amigos e companheiros de luta, meus sentimentos”, escreveu.

Rui lembrou, ainda, que Makota sempre esteve à frente do seu tempo e lutou contra a intolerância religiosa. “Uma mulher que exigiu respeito e garantiu visibilidade ao Candomblé. Que a Bahia continue sendo uma terra de resistência e luta pelo que consideramos essencial: paz, respeito e amor”, concluiu.
 

História
Makota Valdina era natural de Salvador, professora aposentada da rede pública municipal, educadora, ativista política e membro do Conselho de Cultura da Bahia. Valdina Pinto ocupou o cargo de Makota, assessora da Nengwa Nkisi, Mãe de Santo do Tanuri Junsara, Terreiro de Candomblé Angola, em Salvador.

Durante os mais de cinquenta anos de ensinamentos e atividades em prol da preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro, Makota Valdina recebeu diversas condecorações, como o Troféu Clementina de Jesus (UNEGRO), Troféu Ujaama, Medalha Maria Quitéria e Mestra Popular do Saber.

Em 2013, ela lançou o livro "Meu Caminho, Meu Viver" durante um evento no Forte da Capoeira, no Largo Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador.

O mês escolhido para o lançamento do livro simbolizou a morte de Zumbi dos Palmares, representante da resistência negra à escravidão no Brasil. Na ocasião, Makota disse esperar que o livro motivasse as pessoas a registrar suas histórias, principalmente os negros. "A história de vida de cada negro é parte de uma história coletiva que ainda está por ser verdadeiramente conhecida por muitos", escreveu na obra.

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