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Seminário discute o papel do candomblé na sociedade e prepara cartilha educacional de combate ao racismo religioso

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Com o objetivo de refletir sobre o papel do candomblé na sociedade, tematizando os impactos da intolerância religiosa, o Seminário Papo em Ação acontecerá nesta sexta e sábado, dias 05 e 06 de julho. A iniciativa é do Instituto Cultural Bate-Papo Ibejis, responsável por ações educativas voltadas à transmissão das tradições dos povos de santo, entre crianças de 6 a 12 anos. O intuito do encontro, que acontecerá no Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano (CEPAIA) e no Terreiro do Cobre, é conceber a cartilha Papo em Ação: o combate ao racismo religioso em espaços educacionais. 

 

O instituto foi criado em 2018, a partir do fortalecimento do projeto Bate-Papo Ibejis e Oficinas Criativas. Idealizado por Daniela dos Santos Lírios, hoje também presidente do instituto, a ação realizou três edições em terreiros de candomblé na capital baiana. “Os focos das atividades formativas eram a preservação, difusão e promoção das culturas identitárias, em especial as de matrizes afro-brasileiras”, conta Daniela.

 

Ela explica que a ideia do seminário nasceu da observação das demandas de crianças participantes do projeto (nas edições de 2013, 2015 e 2018), que sofriam intolerância religiosa de colegas nas escolas. “Elas eram discriminadas por usarem branco às sextas-feiras ou pelas contas no pescoço, por exemplo”. Segundo Daniela, é preciso colocar em prática ações pedagógicas que desconstroem preconceitos e favorecem processos formativos inclusivos, respeitando a diversidade sociocultural brasileira.

 

A presidente do instituto cultural afirma que as estruturas temáticas e pedagógicas do Seminário Papo em Ação foram planejadas para que qualquer pessoa participe das discussões e construções durante as atividades para concretização da cartilha.

 

Consciência e formação

O primeiro dia, 05 de julho (sexta-feira), será realizado no CEPAIA, localizado no Santo Antônio Além do Carmo. A programação começa com credenciamento do público, às 17h, e, após uma apresentação cultural, a mesa de abertura inicia às 18h30. Participam desse momento: Daniela dos Santos Lírios, presidente do Instituto Cultural Bate-Papo Ibejis; Jucy Silva, diretora do Instituto Cultural Steve Biko; a deputada estadual Olívia Santana; além dos vereadores Marta Rodrigues e Sílvio Humberto.

 

Em seguida, às 19h, uma conferência magna será realizada sob o tema: qual o lugar social dos terreiros de candomblé na sociedade? Mediadas pela comunicóloga Layane Fonseca, as conferencistas serão: Jaciara Ribeiro, yalorixá do Terreiro Axé Abassá de Ogum e coordenadora do Mulheres da Paz; Ana Gualberto, assessora do Koinonia, mestra em cultura e sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Isaura Genoveva, ekedi do Terreiro da Casa Branca, advogada e da coordenação de gestão e monitoramento dos programas de Proteção na Bahia.

 

No dia seguinte, 06 de julho (sábado), as atividades acontecerão no Terreiro do Cobre, no Engenho Velho da Federação. Uma mesa de abertura intitulada A diversidade como geradora da religião afro-brasileira dará início a programação. Os participantes serão Vilson Caetano, babalorixá do Ilê Obá L’Okê, doutor em antropologia e professor da UFBA; Valnizia Pereira, yalorixá do Terreiro do Cobre; Tamara Bomfim (Iyá Odara), psicóloga e membro da Frente Nacional Makota Valdina; além de Lindinalva Barbosa, educadora, mestra em estudos de linguagens pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), omorixá oyá no Terreiro do Cobre, também integra a Frente Makota Valdina. A afropedagoga e mestra em gestão social, Jamile Kyanda Barboza, mediará as trocas.

 

Por fim, das 13h30 às 17h, grupos de trabalho se reúnem sob quatro temas diferentes para desenvolver propostas que serão articuladas e apresentadas na cartilha Papo em Ação: o combate ao racismo religioso em espaços educacionais. Cada núcleo contará com a participação de 25 inscritos e um mediador responsável. São eles: 1) educação nos terreiros: um caminho a seguir; 2) legado ancestral e sua manutenção; 3) danças e cânticos: corporeidade e religiosidade; 4) estratégias formativas em espaços sagrados brasileiros: como pensá-las?

 

Sobre o Instituto

A proposta educacional do Instituto Cultural Bate-Papo Ibejis lança mão da criatividade para associar o processo de transmissão da tradição da cultura afro-brasileira com os meios multimídias, despertando o interesse e envolvimento do público na faixa etária de 06 a 12 anos. Assim, em 2018, o instituto surge com um grande desafio: promover o desenvolvimento cultural, social, recreativo, assistencial e educacional da comunidade da Federação. A ideia é estimular e apoiar a defesa dos seus interesses, individuais e coletivos, por meio de ações diretas, e de parcerias com o Poder Público e entidades privadas, que visem à geração de renda e qualidade de vida dos comunitários.

 

Serviço

O quê: Seminário Papo em Ação

Quando: 05 de julho, a partir das 17h – no Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano (CEPAIA), Santo Antônio Além do Carmo

            06 de julho, a partir das 8h – no Terreiro do Cobre, Engenho Velho da Federação

 

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