Facebook
  RSS
  Whatsapp

Pegadas Ambientais

Compartilhar

 


Segundo o dicionário, a palavra pegada pode ser aplicada para caracterizar o ato ou efeito de pegar, como por exemplo o lance que o goleiro pega a bola com as mãos ou significa a marca do pé ao pisar no solo, vestígio etc.

 Por analogia, neste “paper” a palavra pegada significará a marca deixada pelo homem no meio ambiente no desenvolvimento de suas atividades ou processos produtivos (Gráfico 1). 

As Pegadas Ambientais são constituídas por três indicadores complementares que permitem caracterizar os múltiplos aspectos dos impactos negativos da ação antrópica ou atividade humana sobre a natureza, denominados: Pegada Ecológica, Pegada de Carbono e Pegada Hídrica, ou seja, destaca os impactos antrópicos sobre a biosfera e hidrosfera.

 Nesta publicação, foi acrescentado o vocábulo ambientais para uma melhor compreensão e caracterizar sua importância, alertar as autoridades e o homem para evitar consumo exagerado e proteger os recursos naturais nas atividades e processos produtivos.
 A Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, iniciada na Inglaterra, centrada na forma capitalista de produção, visando o lucro, resultou em  aumento significativo do consumo de água e energia e também dos níveis de poluição atmosférica com a produção excessiva de resíduos.

 

A produção capitalista tem como base a economia linear, consistindo no consumo de recursos exagerados e na produção de resíduos, seguindo um fluxo de extrair, produzir e descartar, sem se preocupar com a preservação dos recursos naturais para atender a população atual  futura.

 

Diante dos diversos problemas ambientais, sugidos após a revolução industrial, a ONU convocou Conferência de Estocolmo, Suécia, 1972, resultando no Relatório de Brundtland – Nosso Futuro Comum, propondo o desenvolvimento sustentável, aliando o desenvolvimento social ao econômico e preservar o meio ambiente, o grande desafio.

 Como a pegada ambiental interfere na biodiversidade, para sua estimativa é importante a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), técnica desenvolvida para avaliar ou medir os possíveis impactos ambientais causados pela fabricação e utilização de determinado produto.

Trata-se de uma metodologia desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, usada para uma melhor compreensão do desempenho positivo ou negativo de produtos e processos no meio ambiente com base em duas etapas.

Na primeira, levantamento e utilização de dados em todas as fases do ciclo de vida do produto, a reciclagem e o reuso. Na segunda, uma avaliação dos impactos ambientais e, por fim, a conclusão das informações coletadas.

 É dever ou obrigação do cidadão calcular sua pegada ambiental para garantir a sustentabilidade com base na capacidade de recuperação dos recursos naturais, via o consumo consciente, evitar desperdícios, uso excessivo dos recursos naturais, geração de resíduos, poluentes, gases do efeito estufa com a mudança da matriz energética baseada em combustíveis fósseis, entre outras medidas de sustentabilidade ambiental. 

Paulo Chiacchio: Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia, ex-professor e ex-diretor da Escola de Agronomia Ufba, ocupante de diversos cargos públicos estadual e municipal.

Mais de Paulo Chiacchio