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Psicólogo fala sobre como famílias desestruturadas pela pandemia podem enfrentar tempos de luto

Profissional ressalta a importância de procurar ajuda nos primeiros sinais de mudanças significativas no comportamento da pessoa

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Dezembro é um mês em que se fala muito sobre felicidade, união, expectativas, esperança, recomeços e planos para o novo ano que vai começar. Mas, para muitas famílias, especialmente nesse momento de reclusão e luto, esse período é motivo de tristeza, medo e ansiedade.

 

O psicólogo da clínica Holiste, Cláudio Melo, especialista em transtornos de ansiedade e traumas, explica que o Ano Novo já era motivo de angústia para muitos, mesmo antes da pandemia. “O fim de ano é um período que a gente acha que há só felicidade, mas muita gente deprime. É um momento em que há muitas expectativas, um imperativo da felicidade, e quando isso não se realiza, algumas pessoas tendem a ficar frustradas, agressivas, desanimadas. É importante entender que, nessa época, nem sempre tudo é felicidade”.

 

Em tempos de pandemia, em que estamos constantemente rodeados por dúvidas, preocupações com pessoas próximas e esperanças frustradas, essa inquietação de fim de ano pode vir ainda mais forte, desencadeando até em um adoecimento psiquiátrico. “Estamos cada vez mais percebendo que não temos controle de tudo. Ninguém entende ainda muito bem como o coronavírus funciona. Primeiro, a preocupação era mais com os idosos; depois, começamos a ver notícias de jovens de 20 e poucos anos morrendo de COVID-19. O vírus traz muito a sensação de incerteza, e as respostas não estão no livro sagrado, no tarot... nem a ciência consegue explicar tudo ainda”, completa Cláudio.

 

Atenção da família

Por isso, é importante ficar ainda mais atento às pessoas próximas: mudanças de comportamento, como alterações no sono, impaciência, agressividade e incapacidade de exercer atividades cotidianas (como levantar da cama para trabalhar ou estudar, por exemplo) são sinais de que ela precisa de ajuda.

 

“Os sintomas podem ser muito discretos. Já recebi pacientes com adoecimentos profundos e, quando você vai avaliar com a família, a pessoa já dava sinais de que precisava de ajuda profissional há anos, mas a família achava normal, que era só um desânimo, ou uma tristeza pontual”, avalia o psicólogo.

 

Não há fórmula mágica para superar esse medo e luto, mas há estratégias que ajudam a tornar esse momento de incertezas um pouco menos angustiante, como explica Cláudio Melo. “Vi que muitas famílias se reaproximaram com o isolamento, e é muito importante que a família seja um ponto de apoio. E vamos desenvolver resiliência, saber que vamos sair fortalecidos disso. Hoje é um vírus, amanhã pode ser outra coisa, e estamos aprendendo a lidar com essas frustrações, sem esperar que, de repente, alguém vai e resolver tudo”.

 

Sobre a Holiste

A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, que atua há 20 anos no mercado baiano. Na sede principal, localizada no bairro de Pituaçu, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), ambas unidades localizadas no bairro da Pituba.

 

A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br/.

 

Bruna Caetelo Branco 

 

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