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Papo Aberto, Papo Reto: Diretor-superintende da STT fala em entrevista sobre as mudanças no trânsito e retorno do transporte público em Camaçari

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O Portal conversou com o novo gestor da Superintendência de Trânsito e Transporte (STT) de Camaçari, Helder Almeida, para saber sobre as mudanças que serão realizadas no município, com relação a mobilidade urbana e o retorno do serviço de transporte público de passageiro por ônibus. Na oportunidade, o diretor-superintendente ressaltou que em relação aos chamados “ligeirinhos”, a cidade não pode “conviver com dois moldais ao mesmo tempo, no mesmo lugar”.

Para iniciar o Papo Aberto, Papo Reto, o Portal questionou quais as ações que serão realizadas em Vila de Abrantes, para ordenar o trânsito caótico no distrito em horário de pico, principalmente nas Avenidas Tiradentes e Alice Uzeda. “ Em Abrantes não tem outra coisa a se fazer que não seja colocar o pessoal na rua para ordenar, estabelecer áreas de estacionamento, estar presente constantemente até que as pessoas se acostumem. Em um primeiro momento vamos fazer uma ação educativa, no sentido de mostrar para as pessoas que o fluxo do transporte é bom para todos, e para quem não respeitar a lei vai ter que falar mais alto. Não temos a capacidade de construir vias ali, mas o ordenamento será feito, vamos realmente assumir o controle do trânsito do distrito e de toda Camaçari”, disse Helder Almeida.

Para contribuir com o ordenamento do município, o diretor-superintende pretende implantar um projeto voltado para jovens. “Estamos pensando na criação de bolsas para que a gente possa absorver estudantes acima dos 16 anos, estando no segundo grau, para que sejam orientadores de trânsito. Eles terão uma remuneração em torno de 2/3 do salário mínimo, e vão trabalhar no contraturno do estudo, devidamente uniformizados e treinados para ajudar em todas essas ações educativas, junto ao transporte coletivo, nos pontos de ônibus, dando apoio aos idosos, enfim, fazendo toda orientação. Quero chamar a juventude para dentro da STT, mostrar a importância do trânsito e transporte da cidade”, pontuou.

Sobre o processo de implantação do transporte municipal de passageiros, já na semana que vem será publicado um chamamento público para as empresas que tenham interesse em explorar as linhas. “Vamos estar disponibilizando todas as informações das linhas e tarifas. Será aberto não só para as empresas, mas pessoas que sejam proprietárias de veículos destinados a transporte, vamos analisar a todos que comparecerem. Nós vamos ter não só o transporte urbano com a linha principal, mas vamos também linhas complementares em áreas que são antieconômicas para o ônibus rodar, como micro-ônibus ou vans, que possam fazer esse trajeto. A ideia é levar o transporte a todo o canto de Camaçari que for possível”, explicou.

Em relação ao atual transporte que circula no município, os chamados “ligeirinhos”, Helder Almeida exalta que a cidade não pode "conviver com dois vetores, dois moldais ao mesmo tempo, no mesmo lugar”. “O transporte clandestino, irregular, vai ter que se adaptar, buscar outra alternativa. Não existe na legislação brasileira nada que possa regulamentá-lo. O objetivo é fortalecer o transporte coletivo urbano por ônibus, para que ele seja autossustentável. A Prefeitura não tem condições, pelo menos no momento, de fazer qualquer aporte de subsídio. As empresas vão ter que sobreviver das passagens, das cobranças dos vale-transporte, e por isso não pode haver a competição [dos ligeirinhos] com os ônibus que pagam motorista, que tem carteira assinada, que pagam impostos, com quem não tem esse custo”, salientou.

O diretor-superintende reforçou que a mudança não será feita de forma repressora e agressiva, mas é preciso garantir a gratuidade de quem tem direito, como idosos, deficientes e estudantes. “Entendemos perfeitamente que essa é uma questão social, que as pessoas que estão fazendo esse tipo de transporte não estão fazendo porque querem, mas porque elas não têm alternativa. Nós vamos observar tudo isso, vamos aproveitar a maior parte desses motoristas dentro do transporte urbano por ônibus. Quem for qualificado vai ter a oportunidade de ser contratado pelas empresas, então a gente já atende uma parte dessas pessoas. Vamos na medida do possível chamando as pessoas, fazendo notificação, advertências, tentando causar o menor impacto possível”.

Os novos veículos que farão o transporte público serão adaptados com elevadores para deficientes. O planejamento é de em 90 dias implantar o transporte público.

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