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“Sentimos realmente a ausência de algumas lideranças comunitárias”, destaca Deni de Isqueiro sobre a pouca presença popular na audiência da LOM

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Morador de Arembepe, localidade que pertence ao distrito de Vila de Abrantes, o vereador Deni de Isqueiro (União), fez questão de marcar presença na 2º audiência pública para revisão geral da Lei Orgânica do Município (LOM) de Camaçari, realizada na manhã desta terça-feira (30/04), na Escola Eliza Dias de Azevedo. O parlamentar faz parte da comissão especial formada para debater, alterar e levar para apreciação em plenário, o documente que há 16 anos não era modificado.

Apesar da importância do debate e da construção coletiva da nova Lei Orgânica, poucos populares participaram da audiência. “A ideia era justamente quebrar as fronteiras dentro da Casa Legislativa, ouvindo as bases, vindo para dentro das comunidades. Hoje estamos aqui nesse distrito, que é importantíssimo, berço da civilização camaçariense, eu costumo sempre dizer isso, enfatizar essa informação. Sentimos realmente a ausência de algumas lideranças comunitárias, opinando, indicando, propondo, criticando para que possamos construir uma Lei Orgânica mais robusta, concisa, coerente com a cidade. Nós estamos aqui na costa de Camaçari, na orla, então, a gente queria ter mais essa interação, essa participação da comunidade, principalmente dos críticos, falando aqui do nosso bioma, dessa questão ambiental, dos nossos rios, da preservação das lagoas, pra ver como é que tá hoje, dentro da nova Lei Orgânica, que está tendo a oportunidade de ser revista, revisada e reconstruída”, ressaltou.

Um dos principais pontos destacados pelo parlamentar, é a preocupação com a questão do vetor de crescimento desordenado, principalmente na região da orla e na zona rural. “Temos que ter muito cuidado com a expansão imobiliária, com essa parte do zoneamento. O PDDU foi amplamente discutido, nós tivemos aí um ano e meio discutindo essas propostas, sugestões, rezoneamento. Agora, a gente reabre também a Lei Orgânica Municipal, que estava há 16 anos defasada, obsoleta, que a Casa Legislativa está reconstruindo justamente para podar e montar uma lei forte, para que tenhamos proteção ao nosso meio ambiente, trazendo desenvolvimento, gerando emprego e renda para a nossa cidade, mas sempre com a conscientização e redução dos impactos ambientais”, explicou.

Questionado sobre o modelo de gestão que defende, o vereador pontuou que divide o município em três realidades, sede, orla e zona rural. “Temos que ver Camaçari de três pontos de vista, de três ângulos. Eu vejo que na sede temos que arborizar mais a cidade, inclusive até o clima quando a gente sai daqui da orla pra lá, a gente sente mais quente, mais desconfortável, mas é porque ela é uma cidade industrial, comercial, onde o polo está concentrado no centro da cidade. Quando viemos pra orla só temos uma grande indústria de polo forte, temos um passivo ambiental muito grande, porque grande parte da especulação e expansão imobiliária é mais premente, mais presente, sobretudo na região praieira, na costa, nos nossos rios, lagos, e tem trazido impactos negativos. Mas em relação a administração, eu acredito que nós deveríamos descentralizar, criar uma secretaria com orçamento para montar uma prefeitura-bairro com todos os serviços públicos, com toda a infraestrutura necessária. Teria uma no distrito de Abrantes, outra em Monte Gordo, a reativação dos coordenadores locais para estar dentro das comunidades ouvindo, trazendo as demandas para a prefeitura”.

Sobre a Camaçari que sonha para o futuro, Deni de Isqueiro salientou que já teve a oportunidade de apresentar suas propostas para o pré-candidato a prefeito do seu grupo, Flávio Matos (União). “Ele acatou, entende hoje que o principal vetor de crescimento econômico, realmente está na orla, isso já foi visto e revisto. Agora o estudo do IBGE aponta mais uma vez, o que nós já sabíamos há muito tempo, que a Camaçari já ultrapassou os 320 mil habitantes, que hoje já tem uma cidade que vai para o segundo turno nas eleições municipais desse ano, e a orla já ultrapassou o número de eleitores da sede. Então, o olhar para a orla é cada vez mais forte, cada vez mais os serviços públicos tem que chegar aqui, e os investimentos públicos e privados estão se consolidando aqui. E a gente tem que estar preparado para absorvê-los, fazer a dissolução e o atendimento das pessoas”.

Garçom de formação, Deni de Isqueiro destaca que tem conhecimento na área de turismo, em especial de bares, restaurantes, hotéis, e que por isso tem observado uma mudança de comportamento da população em relação turismo, sobretudo de sol e mar. “Estamos voltando a década de 70, 80, onde as famílias utilizavam cooler, sombreiros nas praias para reduzir os custos, porque houve um aumento considerável no preço da cerveja, do tira-gosto. Então, precisamos criar uma nova faixa de areia para esse público que tem potencial. Nós estamos comprimindo o espaço na areia, principalmente em Jauá, Guarajuba, Itacimirim, com as barracas de praia. Nós precisamos fazer o reordenamento. [...] Temos que profissionalizar o turismo de Camaçari, criar roteiros ecológicos, criar também condições para que os turistas venham com segurança. A aí vem um ponto que sempre foi grave, a falta de estacionamento, de ordenamento, a questão da segurança. Nós não temos uma delegacia de proteção turística, a única que existe fica em Salvador, que atende todo o litoral norte. Nós temos que ter na orla de Camaçari, principalmente na região Costa dos Coqueiros, que vai até a cidade de Aracaju”, enfatizou.

 

 

 

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